"Originalmente, todas as áreas que hoje denominamos ciências faziam parte
da Filosofia: expressão, no mundo grego, de um conjunto de saber
nascido em decorrência de uma atitude. E, de fato, tanto Platão, no
Fédon, quanto Aristóteles, na Metafísica, puseram na atitude admirativa,
no admirar tò thaumázein, e também no páthos ("um tipo de afetação, que
pode ser definido como um estranhamento"), a archê da Filosofia. "No
Teeteto, Sócrates diz a Teodoro que o filósofo tem um páthos, ou seja,
uma paixão ou sensibilidade que lhe é própria: a capacidade de admirar
ou de se deixar afetar por coisas ou acontecimentos que se dão à sua
volta" [1]. O thaumázein, assim como o páthos, têm a ver com "um bom
ânimo ou boa disposição (...) que levou certos indivíduos a deixar
ocupações do cotidiano para se dedicar a algo extraordinário, a produção
do saber: uma atividade incomum, em geral pouco lucrativa, e que sequer
os tornava moralmente melhores que os outros" [1].
Outros filósofos importantes desse período foram Sócrates, Platão e Aristóteles.
Subdivisões da filosofia antiga
Outros filósofos importantes desse período foram Sócrates, Platão e Aristóteles.
Subdivisões da filosofia antiga
Este período se divide em quatro períodos, que acompanham as alterações de pensamento da Grécia Antiga, vista no mundo ocidental como berço de sua filosofia. Eles são:
Período pré-socrático
Pitágoras Ver artigo principal: pré-socráticos
Inicia no fim do século VII a.C., pressupostamente com Tales de Mileto e vai até ao fim do século V a.C., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente com a essência do mundo e as causas das transformações na natureza. Por isso, este período é também chamado de período cosmológico, e os filósofos deste período são também denominados naturalistas.
Os filósofos pré-socráticos, portanto, se preocupavam muito com questões tais como qual seria o princípio (arché) do universo, aquilo a partir do qual tudo o mais teria sido originado – questão essa que hoje não mais comparece nos debates filosóficos, constituindo antes trabalho para os físicos.
Os principais filósofos do período pré-socrático foram Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Parmênides, Heráclito e Demócrito.
Entre as contribuições deixadas pelos filósofos naturalistas, destacam-se a teoria atômica, a matemática pitagórica e o Teorema de Tales.
Período socrático
SócratesVer artigos principais: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Inicia no fim do século V a.C., com Sócrates e cobre todo século IV a.C., quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas. Em grego, ântropos quer dizer homem, e por isso este período também é conhecido como antropológico.
Além do próprio Sócrates, também se destacaram neste período Platão e Aristóteles.
Os pensamentos desta época estão registrados principalmente nos diálogos de Platão e no conjunto da obra de Aristóteles (o corpus aristotelicum. Sócrates não deixou obra escrita. Entre o vasto legado do período, destacam-se o método socrático (a maiêutica), o mito da caverna, a teoria das formas, a noção da universidade (surgida da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles), a lógica, a metafísica, e importantes estudos de ética, política e retórica.
Período sistemático
Inicia no fim do século IV a.C., e vai até ao fim do século III a.C., quando a filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia, interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da verdade e da ciência.
Período helenístico
Ver artigo principal: Helenismo Filosofia helenística
O período helenístico, ou ainda greco-romano, inicia no fim do século III a.C. e termina com a queda do Império Romano e início da Idade Média (século VI da era cristã). Nesse longo período, a filosofia se expande da Grécia para outros centros como Roma e Alexandria e alcança o pensamento dos primeiros padres da Igreja. Ocupa-se sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
As principais escolas filosóficas helenísticas são:
Estoicismo
Epicurismo
Ceticismo
Cinismo
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